Capitalismo consciente ganha espaço no mundo dos negócios

Conhecido pelo individualismo e pela busca de poder, o capitalismo causa estranhamento quando se encontra com a palavra consciência, que evita a hierarquia e materialismo. Porém, as duas se tornam companheiras em um movimento que vem ganhando força no ambiente dos negócios: o capitalismo consciente.

Idealizado nos Estados Unidos em 2010 pelo CEO da Whole Foods, John Mackey e o consultor indiano Raj Sisodia, migrou para o Brasil somente em 2013. Por ser um país marcado pela desigualdade, muitas pessoas têm uma visão bastante negativa do capitalismo. Segundo dados da Trust Barometer 2018, apenas 57% dos Brasileiros confiam nas empresas.

Por outro lado, o movimento do capitalismo consciente busca finalidades bem diferentes do capitalismo comum. Surgiu com o propósito dos negócios gerarem valor a sociedade e não apenas girar em torno do retorno financeiro. Os criadores do movimento defendem que o capitalismo pode ser uma força tanto para razões econômicas, quanto para o bem social. Além disso, afirmam que o crescimento pessoal impulsiona o crescimento da empresa.

O movimento é baseado em quatro pilares: liderança consciente, orientação dos envolvidos, cultura e valores e propósito. Aderir a estas ações, pode ser benéfico para todos os players: o colaborador, o consumidor, o fornecedor, a comunidade e o governo.

 

Os quatro pilares do capitalismo consciente:

Liderança consciente: As organizações espelham as ações e personalidades dos indivíduos que estão no alto escalão. Os líderes são o exemplo, apenas os conscientes inspiram lealdade e o alto desempenho consciente em suas equipes.

Orientação dos envolvidos: Não se concentra apenas aos acionistas, mas também os funcionários, clientes, fornecedores e a comunidade. Ou seja, leva em conta todos os seus colaboradores e envolvidos no negócio.

Cultura consciente: É importante contratar pessoas que estejam de acordo com a cultura da empresa e que cultivem aquilo que ela produz.

Propósito maior:  Empresa deve estar no negócio para fazer mais do que apenas ganhar dinheiro. Deve fornecer valor verdadeiro. Isso vem das pessoas apaixonadas que são inspiradas pelo seu trabalho.

 

Por que melhora o desempenho das organizações?

Em artigo na Harvard Business Review, Tony Schwartz, CEO da The Energy Project, diz que as empresas que tratam melhor seus colaboradores tem como consequência fornecedores mais interessados em fazer negócios com elas e funcionários mais engajados e produtivos. Ademais, conquistam consumidores mais satisfeitos e leais. Os negócios também podem ter impacto positivo para o planeta.

O presidente da Acisa Passo Fundo, Evandro Silva, explica que o movimento gera impactos satisfatórios na sociedade.Quando você fala em capitalismo consciente, você tem que mudar todo o formato da empresa, isso muda o foco nas pessoas e o cuidado com o meio ambiente”, afirma.  

Evandro conta que as empresas ainda se apropriam do capitalismo convencional por questões culturais. É uma mudança de cultura. Por muitos anos o capitalismo tinha o foco no dinheiro, então as pessoas ainda fazem dessa forma. Tem aquele formato daquelas empresas dos chefes”, pontua.

Para Evandro o capitalismo consciente tende a ganhar espaço cada vez mais.Eu acredito que vai ser uma realidade para todas as empresas, quem não se adaptar corre o risco de sair do mercado. Um movimento que veio pra ficar e quem mudar logo ganhará mais com isso”, finaliza.

Publicado em: 16/04/2019, por Assessoria de Imprensa Acisa