Coronavírus: Como a tecnologia pode ajudar no combate à pandemia

Conectividade, aplicativos e novas ferramentas auxiliam a população na tarefa de adaptar rotinas e reinventar negócios

Foto: Divulgação/IMED

A disseminação do novo Coronavírus exigiu de todos flexibilidade e capacidade de adaptação. Não foram poucas as pessoas que precisaram, em um curto intervalo de tempo, aprender a lidar com novas ferramentas para realizar atividades que, anteriormente, pareciam simples, como um encontro de família. O mesmo aconteceu com empresas, instituições de ensino e órgãos públicos, onde reuniões, aulas e protocolos, até então feitos de forma presencial, passaram a ser realizados online. Para o professor Marcos Roberto dos Santos, Coordenador do Curso de Ciência da Computação da IMED, o impacto da covid-19 no cenário socioeconômico desestabilizou negócios e, quando se trata de adaptação e reinvenção, a tecnologia se mostra uma grande aliada.

"Pessoas precisaram se reinventar, enquanto cidadãos do século 21, aprendendo a utilizar ferramentas, enquanto empresas tiveram que mudar a forma de negociar seus produtos, a forma de entregar os produtos. Muitas organizações não davam valor a questão do e-commerce e agora estão vendo nele a salvação. No ensino, as instituições também precisaram se reinventar na questão de transmitir conteúdo e compartilhar conhecimento. Quando a gente analisa o cenário de hoje, vê o quanto a tecnologia tem sido importante para que todos esses ambientes, pessoas, sociedade, empresas, instituições, pudessem remodelar a forma como trabalham. Tudo isso seria possível sem tecnologia? Obviamente não", observa.

Nas relações

Quando os principais órgãos de saúde atuantes em diferentes esferas públicas passaram a orientar pela adoção do isolamento social, a tecnologia deu a sua primeira demonstração de importância em meio à pandemia. Foi ela que permitiu que as relações, sejam elas afetivas ou corporativas, tivessem continuidade. "A tecnologia é o cerne de tudo isso, ela tem papel fundamental para que a gente pudesse dar continuidade aos negócios, à comunicação, à interação entre as pessoas. Ela já vinha desempenhando papel muito importante há muito tempo, com ferramentas como WhatsApp e Messenger, que hoje estão sendo bastante utilizadas, mas esse papel se tornou ainda maior nesse momento em que o isolamento foi a única solução para evitar que a pandemia se alastrasse por todo o País", ressalta o professor.

Nos negócios

Plataformas como Zoom e Meet (utilizadas para reuniões e conversação), combinada a ferramentas como Drive (armazenagem em nuvem), Agenda Google, Trello (gerenciamento de tarefas) e Slack (agregador de aplicações) têm permitido a empresas manterem a gestão de projetos, de forma remota e facilitada. Conforme o docente, isso permite às empresas manterem vivo o seu processo básico. "Uma empresa parceira é a Compasso, que tem cerca de mil funcionários e todos trabalhando em home office, utilizando ferramentas como essas", aponta.

Marcos atenta ainda para outro aspecto, a demanda por profissionais da área, que, além dessa flexibilidade, oferece alta empregabilidade. "Para mim fica claro que, quando voltarmos ao nosso 'novo normal', muitas empresas não irão voltar a ser como eram antes. Elas irão se adaptar e aplicar tecnologias para ter seus processos mais evoluídos. Se tem alguma coisa boa em meio a essa crise, é que se reinventar enquanto pessoa, empresa, instituição vai fazer com que a gente evolua. Em países desenvolvidos, isso já é muito utilizado e aqui, no Brasil, a gente precisa também se adequar a essas tecnologias", avalia.

Na saúde

Assim como nas ciências médicas, esse também é um momento de experimentação para área de tecnologia. As análises de dados, que permitem mensurar o avanço da doença e identificar tendências de contaminação, por exemplo, são realizadas por profissionais de tecnologia. "Sem tecnologia, isso não seria viável, nem as análises médicas, nem a coleta de dados com a finalidade de disseminar informações", ressalta Marcos.

Outro exemplo está na telemedicina, que não funcionaria sem conectividade, ferramentas e equipamentos digitais. O professor cita a Central de Teleorientação Médica da IMED, que oferece atendimentos através de videoconferência, e o aplicativo IMED Health, que tem o intuito de fazer uma pré-triagem de pacientes. "Com o aplicativo, médicos podem entrar em contato com essas pessoas e evitam que o paciente vá ao posto de saúde ou hospital. O aplicativo ainda centraliza os dados de forma que os profissionais possam ter acesso às informações e à localização desses pacientes, para que possam fazer análises que identifiquem quais bairros, regiões ou cidades estão apresentando maior contaminação", explica.

Na sua jornada de combate à doença, a China também recorreu à tecnologia. Naquele país, quando identificada uma pessoa infectada, essa passava a ter seus passos monitorados, o que possibilitou notificar o restante da população com relação aos locais em que deveriam redobrar os cuidados. "Nosso País precisa se dar conta do potencial da tecnologia para que possamos nos tornar referência em relação à tecnologia e criação. Precisamos dar valor à tecnologia, afinal, ela é que mantém tudo de pé em dias como os que estamos vivendo", conclui.

Publicado em: 20/04/2020