Pensando em construir um negócio? Veja alguns pontos que farão a diferença no sucesso ou não da sua empresa

Você já pensou em abrir seu próprio negócio? Muitas pessoas têm esse sonho. Porém, a caminhada que o empreendedor precisa percorrer para tirar uma ideia do papel e colocá-la em prática nem sempre é fácil. No começo podem surgir muitas dúvidas e desafios.

Foi assim para o empresário e vice-presidente da Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agronegócio (Acisa) de Passo Fundo, Cássio Roberto Gonçalves. “Tive muita dificuldade para iniciar o meu negócio, como a grande maioria de empreendedores no Brasil. E lá atrás, quando iniciei, não imaginava como seria e, principalmente, a importância das minhas decisões tomadas naquele tempo”, afirma.

Se você está passando por isso e quer uma ajuda, ele separou algumas informações que são fundamentais para o crescimento e perpetuação de qualquer empresa. Confira:

Formação do quadro societário

Esta é uma decisão muito importante e estratégica para o negócio, porque todos devem entender o seu papel dentro da organização e estar comprometidos com a gestão e com a busca de resultados.

A relação entre sócios requer controle e transparência. Para dar início a qualquer atividade econômica é necessário que duas ou mais pessoas se unam em prol de um mesmo objetivo, iniciando uma sociedade empresarial. Além de partilhar o desejo de ver a empresa se desenvolver, os sócios dividem direitos e obrigações.

Muitas vezes comparada a um casamento, a sociedade, de fato, assume alguns critérios que justificam a semelhança. Assim como um casal está unido na alegria e na tristeza, os sócios estão unidos tanto para os lucros quanto para perdas no negócio – inclusive, o contrato social que estipular o contrário é considerado juridicamente nulo.

Entre bônus e ônus, há muito mais a se pensar, como a necessidade de que todos os sócios mantenham controle financeiro próprio e da empresa, compartilhem informações e documentos necessários para uma boa gestão e criem um ambiente de boa comunicação, participativo, amigável, produtivo e de resultado.

Sócios devem ser parceiros

O sócio deve ser visto como um parceiro estratégico, alguém que tem uma contribuição relevante a trazer. Sinergia é a palavra-chave da parceria societária. Quando todos estão comprometidos com suas obrigações e deveres, as chances de sucesso aumentam.

Quanto maior for o equilíbrio nessa relação, melhor. Por exemplo, o ideal é que a participação financeira, as responsabilidades e as atividades realizadas sejam equivalentes entre todos os integrantes da sociedade. Não sendo uma regra absoluta.

Mesmo assim, é comum surgirem conflitos, principalmente, em meio a situações inesperadas como a pandemia que estamos enfrentando. Por mais que os propósitos para o negócio estejam bem alinhados, pode haver divergência na tomada de decisões, na prática adotada na rotina da empresa ou financeiras. Saber lidar com essas questões é fundamental para preservar o bom relacionamento e focar no que realmente importa: o crescimento sustentável da empresa.

Ter uma comunicação transparente entre os sócios pode evitar que as discordâncias se convertam em problemas sérios e deve ser praticada principalmente durante as reuniões de diretoria, onde é o momento certo para ajustar expectativas, discutir processos, tomar decisões importantes, avaliar projetos e, principalmente, para sanar qualquer tipo de divergência. Esses momentos precisam ser constantes, assim, situações incômodas serão resolvidas mais rapidamente.

Qualificação e atualização também são fundamentais. Os sócios de uma empresa têm que ter um olhar atento para a gestão do negócio. Isso pressupõe acompanhar tendências e conhecer as melhores práticas administrativas. Cursos, palestras, workshops e congressos contribuem para o aprimoramento. E sempre vale buscar orientações, quando necessário. Existem entidades e organizações especializadas nisso, como o Sebrae, entidades empresariais como a ACISA e empresas de consultorias.

A empresa precisar ser autossustentável

É preciso respeitar rigorosamente esta condição, a fim de proteger tanto os sócios como a empresa. A própria lei destaca que a autonomia patrimonial da empresa é a melhor maneira de investir no negócio e segregar riscos – evitando, assim, que os sócios sejam executados em caso de dívidas assumidas pela sociedade. Para que isso aconteça, não pode haver o chamado desvio de finalidade (é quando a pessoa jurídica é utilizada para prejudicar credores ou para a prática de qualquer ato ilícito) nem confusão patrimonial que ocorre quando os patrimônios dos sócios e da empresa não estão claramente separados. Por exemplo, os sócios assumem obrigações financeiras da empresa e vice-versa.

Mesmo que pareçam situações de menor importância, essas práticas atrapalham significativamente a empresa e os sócios. Além de configurarem confusão patrimonial, esses atos comprometem a gestão financeira da empresa, dificultando as apurações contábeis e até mesmo prejudicando o diagnóstico da situação econômica do negócio.

É importante ressaltar que, caso a empresa enfrente dificuldades financeiras e seja cobrada juridicamente por seus credores, o juiz pode aplicar a execução de bens dos sócios se estiver configurada a confusão patrimonial ou o desvio de finalidade.

Dessa forma, todos os integrantes da sociedade devem se comprometer a não misturar as contas pessoais com as da empresa. O patrimônio também deve ficar nitidamente separado. Os sócios não devem adquirir bens para benefício particular em nome da empresa. E toda e qualquer aquisição ou investimento deverá ser comunicado a sua contabilidade, pois essas informações serão lançadas no Balanço Patrimonial e nas demonstrações contábeis.

A compra de equipamentos, máquinas e veículos deve ser comunicada à contabilidade, com apresentação da nota fiscal e detalhamento de todos os dados, como marca, tipo, modelo, valor, data da compra, etc.

A importância do capital social

É o investimento inicial na empresa, é um dos aspectos fundamentais da formação da sociedade. Os valores podem ser aplicados tanto em dinheiro quanto em bens patrimoniais e devem estar registrados no contrato social, sendo, posteriormente, integralizados.

Essa análise favorece a sustentabilidade do negócio, porque leva em consideração o ciclo financeiro da organização e projeta o capital de giro necessário, evitando, assim, o risco de endividamento nos estágios iniciais ou a necessidade de alteração no contrato social.

Havendo necessidade de elevar o capital social da empresa, o contrato social precisa ser revisto para que os novos valores sejam registrados e, na sequência, integralizados. Ele ainda estabelece qual é a participação e quais são as responsabilidades dos sócios. Essa definição varia de acordo com o modelo de sociedade.

No caso das sociedades limitadas, o capital social é dividido em cotas. Por exemplo, em uma organização com capital social de R$ 150 mil, é possível ter 150 mil cotas no valor de R$ 1,00 cada. Se essa quantia foi aplicada aos três sócios em montantes iguais, então, cada um detém um terço das cotas.

Assim como os sócios aportam recursos na empresa, eles também têm direito a usufruir do lucro. As retiradas de dinheiro da empresa precisam ser feitas de forma controlada e eu sugiro que seja alinhada com a contabilidade. Os sócios podem, mensalmente, ser remunerados pelas atividades que desempenham (pró-labore), em valor que deve ser estabelecido antecipadamente e mantido com regularidade.

O lucro, por sua vez, corresponde à remuneração do capital investido no negócio. A distribuição de lucros, portanto, promove o retorno do investimento que deve respeitar o estabelecido no contrato social e na legislação. Por isso, é recomendado que esse procedimento só seja feito após análise do Balanço Patrimonial e das demonstrações financeiras da empresa.

O associativismo é fator de grande valia para o empresário que está iniciando seu negócio. Ao filiar-se em uma entidade empresarial como a ACISA o empresário terá suporte e acesso a informações pertinentes na condução e estratégias dos seus negócios. Através do associativismo é possível transformar o mundo.

Gostou das dicas? Sabemos que empreender não é tarefa fácil, mas com algumas dicas, coragem e conhecimento, é possível transformar uma boa ideia em um grande negócio. Comente aqui embaixo o que você achou desse material e se você enfrentou alguma dificuldade ao abrir o seu negócio. Aproveite para salvar este post e compartilhar com algum amigo que está passando por esta situação. Desejamos sucesso em seu negócio!

Publicada em: 22/06/2020, por Assessoria de Imprensa Acisa