Indústria: setor é considerado fundamental para a economia de Passo Fundo

O dia 25 de maio é lembrado em todo o país como o Dia da Indústria. A diversidade da matriz industrial do município é um dos fatores que contribuíram para o crescimento do setor ao longo dos anos

Não é de hoje que a participação do setor industrial tem gerado resultados positivos para a economia de Passo Fundo. Desde o processo de industrialização da cidade e da vinda de novas empresas, por volta dos anos 2000, o município tem garantido um crescimento contínuo ao longo dos anos. Em 2014, obteve a sétima colocação entre as cidades do Rio Grande do Sul com maior participação no Produto Interno Bruto (PIB), conforme dados do IBGE. O valor de participação em relação a 2013 aumentou em mais de R$ 200 milhões, alcançando os R$ 7,3 bilhões.

Para o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Carlos Eduardo Lopes da Silva, a contribuição da indústria é fundamental para a economia da cidade, pois além de gerar emprego e renda, faz de Passo Fundo uma cidade exportadora. “A indústria tem uma participação dentro do PIB do município que ultrapassa os 15%”, afirma, ao fazer uma observação de que esses números são extraoficiais, pois o setor também se mistura com o agronegócio. “Há alguns anos, a contribuição era de menos de 10%, o que é um sinal importante de que o setor industrial tem tido um crescimento no município”.

Uma das características mais marcantes da indústria de Passo Fundo é a diversidade da matriz industrial, que atua fortemente nas áreas metalmecânica, alimentícia, têxtil e de biodiesel. “Esse é um aspecto que devemos comemorar, pois o município possui uma indústria diversificada e não depende apenas de um segmento para ter a sua economia fortalecida”, destaca Carlos Eduardo. Outro aspecto considerado importante é a forte presença de pequenas e médias indústrias, que se somam com as grandes empresas do setor e equilibram o sistema instalado.

A cidade, considerada Capital do Planalto Médio, também possui força nas áreas da saúde e educação, no comércio e no agronegócio. Conforme o vice-presidente de Indústria da Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agronegócio (Acisa) de Passo Fundo, Vinicius Roso, esse fator contribui para que o município também se torne um atrativo para quem deseja investir na área. “Passo Fundo é uma ótima cidade para investir nos setores da indústria e logística, na qual se complementam. Estamos bem localizados e os principais fluxos de mercadorias do Estado com o resto do Brasil, com o porto de Rio Grande e com o Mercosul, quepassam por Passo Fundo”, afirma, ao salientar. “Precisamos incentivar a indústria em nosso município, pois Passo Fundo é privilegiado pela força em outros setores, mantendo um equilíbrio quando uma dessas atividades não se encontra num bom momento”, pontua Vinicius.

Crise econômica

A recessão econômica que tem afetado o país nos últimos anos atingiu diretamente o setor da indústria, que sofreu consequências graves como queda nos investimentos, baixa na produtividade e diminuição da demanda por produtos industrializados. Passo Fundo chegou a sentir os efeitos da chamada crise. “A indústria foi a primeira atividade a sentir a recessão econômica. Ela que disponibiliza o maior número de empregos e os maiores salários. Com isso, apareceu o desemprego muito elevado, na qual funciona com um jogo de dominó: uma peça derruba a outra e, consequentemente, diminui o poder de consumo da população atingindo outros setores da economia”, afirma o vice-presidente da Acisa.

Porém, o momento pode ser definido como de esperança e otimismo para os empresários, que já percebem algumas mudanças positivas em relação à economia. “Estamos vendo alguns sinais de melhora como a diminuição da taxa de juros, a qual incentiva novos investimentos no setor produtivo, e a inflação abaixo da meta. Esses fatores são os sinais na qual os empresários gostariam de ver para voltar a acreditar no país e, consequentemente, voltar a investir”, salienta Vinicius. “Talvez ainda não seja hora de utilizarmos a palavra comemoração, mas podemos ficar esperançosos com os sinais de melhora de alguns setores diante da catástrofe na qual passamos. Acreditamos que é visível que o momento de recessão está terminando e estamos conseguindo criar fôlego para a retomada”, ressalta.

Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgados na semana passada, mostram que o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) se mantém estável desde fevereiro. No mês de maio, o ICEI registrou 53,7 pontos, considerando que resultados acima de 50 pontos mostram industriais confiantes. O índice está 12,5 pontos maior do que no mesmo período do ano passado. No entanto, ainda não alcançou a média histórica de 54 pontos.

Incentivo à indústria

Conforme o secretário Carlos Eduardo, a prefeitura tem trabalhado e buscado aprimorar as leis de incentivo à indústria e formalizado um conselho de tecnologia e inovação. “Certamente, esse conselho vai colocar no seu contexto a atividade industrial. A inovação tem fundamental importância nesse momento porque a indústria precisa se reinventar, se adaptar a essa nova economia e a esse novo modelo de consumo”.

Uma questão fundamental para o desenvolvimento da indústria, segundo o Secretário, é ter mão de obra qualificada. Ele destaca a parceria entre a prefeitura, a Acisa e o Senai, que resultou na realização de cursos voltados aos profissionais da área. “Por meio dessa parceria já fizemos cerca de 250 treinamentos com os trabalhadores e temos a capacidade de chegar até 700 pessoas qualificadas, o que contribui para fortalecer o setor industrial”.

Em Passo Fundo, a Acisa é a entidade responsável por representar as indústrias e os empresários. “A entidade busca promover atividades voltadas ao desenvolvimento do setor, focando na defesa dos interesses dos empresários. Além disso, a Acisa está próxima e serve de ligação, representando os associados na FIERGS, indo atrás dos interesses e demandas do setor”, garante o vice-presidente da Acisa.

Sobre o Dia da Indústria

O dia 25 de maio foi escolhido como Dia da Indústria em homenagem ao patrono da indústria nacional, Roberto Simonsen, que faleceu em 25 de maio de 1948. Roberto Simonsen foi um engenheiro, industrial, administrador, professor, historiador e político, além de membro da Academia Brasileira de Letras – ABL. Além disso, Simonsen era presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). A data é lembrada todos anos e homenageia os empresários e trabalhadores de um dos setores que mais contribuem para o desenvolvimento econômico do país.

Foto: Divulgação

Publicada em: 25/05/2017, por Assessoria de Imprensa Acisa